terça-feira, 30 de março de 2010

Integração regional na América Latina não é uma questão de ideologia, mas de fatos.

Em abordagem a um tema em constante evidência e que tem sido alvo da agenda de inúmeros analistas de Relações Internacionais, a integração regional na América Latina, ideal continental datado do séc. XIX por Simón Bolovar líder os movimentos de independências das ex-colônias espanholas. Para Bolívar, o mundo deveria ser constituído de nações livres e independentes unidas por leis comuns para regulação de relações externas.
Recentemente o pesquisador Felippe Ramos, professor de Relações Internacionais do Departamento de Sociologia e coordenador da pesquisa realizada pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), disse que não encontrou semelhanças entre os ideais bolivarianos e o trabalho realizado por sua equipe sobre a integração latino-americana.
Em sua narrativa afirmou que a possibilidade de haver uma integração no bloco estaria condicionada a uma possível parceria entre governos, sociedades, além de entidades civis organizadas e transnacionais, apesar dos conflitos fronteiriços gerados por antigas guerras que ainda bloqueiam os avanços da integração regional.É sabido que a maioria dos países da América latina sempre foram vistos como hostis no que tange a administração de seus sistemas políticos e econômicos, visto como sempre atrelados a movimentos reformistas idealistas de partidos de extrema esquerda.
O caso mais recente de hostilidade no continente foi à destituição do presidente Manuel Zelaya em Honduras. Eleito de 27 de janeiro de 2006 a 28 de junho de 2009, o ex-presidente hondurenho foi preso por tropas da policia federal e do exercito hondurenho sob crime de desobediência as altas cortes judiciais do país, tendo este fato sido considerado por muitos analistas de Relações Internacionais como golpe de Estado, tendo sido condenada por paises das Américas e da Europa, além de outras instituições multilaterais como a ONU e a própria OEA, mesmo tendo sido esta última alvo de inúmeras criticas desde o incidente no Equador quando da violação de soberania cometido pela Colômbia devido a ação militar contra as FARC (Forcas armadas revolucionárias da Colômbia).
O fato é que idealizar parceria sem avaliar arenas políticas e sistemas de governo distintos que nem sempre convergem aos mesmos interesses, nos parece ser um tanto quanto utópico. Um outro exemplo mais recente seria a contínua discussão de inclusão da Venezuela no Mercosul e seus incontáveis questionamentos políticos e culturais sociais presentes neste distinto Estado, pelo menos, ao que se refere a estabelecer um canal de informações que permite fluir o desenvolvimento na região em que se torna essencial à participação direta do Estado, mas não como uma forma de excesso de democracia como dito em outra oportunidade pelo Cônsul venezuelano em 2008 aos alunos do curso de graduação em Relações Internacionais do UNIBERO em São Paulo.
Sem dúvida existem muitos outros pontos a serem abordados até a tão idealizada integração regional, mas é claro que precisamos de um foco mais direcionado quanto aos interesses do Estado, e não somente no que tange a sociedade civil. Questionar fatores culturais, econômicos, demográficos e de desenvolvimento em regiões periféricas não são e certamente continuaram sendo uma das principais motrizes para o status quo na região. O Itamaraty certamente deverá ter uma visão mais apurada quanto à existência de ações manipuladas por atores que realmente apresentam relativa conduta e importância para uma mudança tão significativa no contexto geopolítico.

Fonte: http://correio24horas.globo.com/noticias/noticia.asp?codigo=54576&mdl=50; http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Zelaya; http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u378950.shtml; http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/03/28/mundo,i=182490/IDEAL+BOLIVARIANO+DE+INTEGRACAO+LATINO+AMERICANA+AINDA+NAO+EXISTE+DE+FATO+DIZ+PESQUISADOR.shtml - Acesso em 29/03/2010 - São Paulo - SP.

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